meu contato com a antropologia ashaninka já vem de tempos atrás, quando há uns dois anos assisti um vídeo sobre a aldeia e sua organização, seu cotidiano etc;
chamou-me a atenção um projeto da aldeia referente à merenda escolar: os ashaninka declaravam que não lhes interessava a comida vinda de fora e tinham um projeto para o fornecimento de merenda escolar local;
nesse projeto eles se propunham a utilizar os recursos destinados à merenda para viabilizar junto à comunidade o fornecimento dos alimentos para a escola;
eles diziam que a comida que chegava de fora, além de não parecer saudável, não condizia com os hábitos alimentares de sua cultura e assim não compreendiam como que no espaço escolar, onde eles procuravam fortalecer sua cultura, as crianças deveriam comer estranhos alimentos industrializados vindos de fora;
farejei então que havia aí um interessante problema antropológico, idéia que volta à tona no contexto dessa antropologia ashaninka;
as preciosidades que guardava de palestras do benki ou isaac chegaram a fazer-me escrever sobre suas palavras anteriormente;
quando isaac contou a história do macaco que vê o peixe subindo o rio, contra a correnteza, e vai tentar ajuda-lo, tirando-o da água, o peixe acaba morrendo;
essa história é fantástica, é um conto que ilustra perfeitamente o princípio da grande saúde do ecce homo, princípio central no pensamento de nietzsche;
para se pensar a educação é igualmente uma história interessante;
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