essa alternativa que busquei foi a saída política que tinha à mão, saída que converge tanto num problema epistemológico, quanto num problema de linguagem, o que nos interessa aqui;
estava produzindo, como parte de minha vivência, que sempre foi o produto principal em que mantinha minha atenção, concomitantemente um produto de linguagem, uma reflexão teórica que resultava de/em meu processo de formação;
foi só quando comecei a fazer parte do problema que passei a me dar conta dele;
percebi inicialmente, ou melhor, de cara, que o que se escrevia entrava no mesmo circuito daquilo contra o que se escrevia;
descobria o óbvio: a antropologia é um instrumento civilizador;
quis entender isso, como afirmar uma coisa poderia ter-lhe um efeito negativo: como as empresas que trabalham a favor da preservação da natureza podem ser parte do próprio sistema que condena cronicamente esse mesmo ecossistema;
não conseguindo escapar ao nosso positivismo narcísico, ao nosso ímpeto de explicar definitivamente a realidade, acredito ter encontrado no silêncio, na dimensão silenciosa da aprendizagem indígena, uma linha de fuga para esse pensamento e essa linguagem que se tornaram presa do mercado de signos, onde os signos perderam suas referências e só tem valor de troca;
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