12 junho 2007

mais lenha 4

como a escola era um exemplo marcante de como as instituições públicas são apropriadas pela oposição da reserva, foi nela que nos aprofundamos para analisar o processo político vivido pela reserva desde o início, com o conjunto de valores que possibilitou sua constituição (ou criação como se gosta de dizer), até o início de decadência da associação de moradores que perdura até os dias de hoje, período marcado por uma identificação cada vez maior com mal. taumaturgo;

não vejo essa condição tão naturalizada como o murilo explicita, ela resulta de um processo de intervenção política que vai de encontro, certamente, ao alinhamento de certos caracteres com esse horizonte de valores pregado pelo estado e identificado como os valores da cidade, de mal. taumaturgo;

prefiro ver o que há de processos sendo conduzidos, como a matéria paga da perpétua que a mari me mandou, em que a reserva é referida como zona rural de mal. taumaturgo;

parece-me que gosto de ver tais processos desnaturalizados, ainda mais que resultam de uma guerra antiga assumida por esses seringueiros contra o poder local que nunca os perdoou e jurou vingança sangrenta contra eles pela perda de seus privilégios;

acontece que gostamos de contar épicos, pois as guerrilhas cotidianas, que se dão nos imperceptíveis dos dias são desinteressantes para serem narradas e arrebatarem corações, é assim que se conta a história da reserva como uma criação e não como um processo cotidiano de constituição, de trabalho, de organização comunitária;

é assim que naturalizamos processos culturais, sociais etc, foi assim que fizemos desaparecer da história essa classe influente de políticos locais, a qual ficou na espreita e depois foi minando a organização interna da reserva, utilizando-se por vezes de seus próprios conflitos;


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