04 abril 2007

devir segredo 1

mãos que guardam segredos

entre as diversas imagens que construímos dos índios em nossa sociedade, há uma que ocupa lugar de destaque em nossa sociedade informatizada;

trata-se da imagem segundo a qual os índio seriam os detentores dos segredos da floresta, fonte infinda de patentes a serem registradas;


o direito de comprar

parece que, ao estabelecermos esse nivelamento, em que os conhecimentos indígenas devem ter o “direito” de serem transformados, como tudo em nossa sociedade, por seu potencial de troca, de comércio, em dinheiro, estamos projetando mais uma vez a concepção de natureza que está na base do pensamento ocidental;

foi essa base do pensamento ocidental que propus, há alguns anos, que não poderia, segundo princípios epistemológicos, projetar-se sobre o pensamento indígena;

no convívio com o indígenas, logo soube que não poderia reificar seu pensamento, seus modos;

percebi que não poderia fazer-me nesse conhecimento no mesmo gesto em que o transformava em um produto, em um objeto, em uma mercadoria da academia;

logo soube que o que me interessaria estava em outro plano, num plano mais de forma do conhecimento que de conteúdo, que teria que problematizar a forma do meu próprio conhecimento e do material que estava utilizando;


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