02 março 2007

http://www.fernando.arq.br respeito para o guarani é quando um fala e o outro escuta;

a máxima que definia o grupo oim iporama orereko http://br.geocities.com/aldeiajaragua/producao.htm ,
, desde o início era essa: o trabalho tem que ser participativo;
essa máxima se definiu por dois fatores principais: primeiro pelo discurso das políticas públicas que nos servia em nossas dúvidas e apontava para possíveis soluções com os órgãos públicos, espaço por onde se pôde garantir possibilidades de trabalho;
segundo, pela experiência das inúmeras violências que cotidianamente os víamos sofrer com pessoas, instituições e governos incapacitados de os ouvir;
incapacitados de os ouvir: uso essa expressão por ter sido evidente desde o início para o grupo, com certa unanimidade, que se tinha um importante trabalho de assessoramento comunicativo;
não era um trabalho simples, falar pelo outro não é um trabalho simples, incluía a representação em reuniões e consultas públicas morosas de instituições públicas, escrever projeto com infinidades de exigências burocráticas, conversar com pessoas desinteressantes etc;
tudo isso, fora as coisas boas, que eram a maior parte, com a convivência, as conversas e as rezas etc;

o trabalho participativo
vindo de uma escola da desconfiança discursiva, entendi tanto o que o grupo queria dizer com participativo, quanto entendi que esse participativo tinha pouco significado conceitual, apesar das boas experiências práticas dos arquitetos na construção da escola, gênese do grupo;
elaborar junto à comunidade a estrutura e o desenho da escola era uma experiência simples, mas que simbolicamente tinha bastante resultado conceitual em arquitetura;
enfim, o conceito de participativo deveria ser agora redefinido por nós, pelo novo grupo, pelas novas experiências, junto às práticas com o povo da aldeia, junto com eles, enfim;

propriedades metodológicas do participativo
um nó importante (e difícil) a ser desatado era o de que trabalho participativo, respeito, diálogo eram problemas conceituais que exigiam práticas e abordagens próprios;
ainda que quiséssemos nos diferenciar de certas práticas, as quais considerávamos moralmente condenáveis (apropriação de conhecimento, uso do nome dos guarani, falta de protagonismo no diálogo etc), é importante trazer o problema da ética discursiva para um campo conceitual, no qual se encontrassem métodos de pesquisa que se pautassem numa base metodológica própria;

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