02 março 2007

brennandarcos, flechas e outras tecnologias de ponta
desconstruindo a nossa imagem ocidental dos povos indígenas em relação às suas técnicas de convivência no ambiente que ocupa(va)m, evc coloca em questão os critérios de técnica e evolução que se articulam na gênese de nosso discurso moderno;

no entanto, as colocações do autor não se restringem a um debate sobre a ecologia indígena;
mesmo por que, esta-se falando de (des-)construção de imagens do outro, ainda que relacionadas à natureza via ecologia, portanto, estamos, ainda que por vezes não pareça, estritamente no campo da antropologia;
suas considerações implicam uma desmontagem do próprio discurso antropológico, que divide a gênese evolucionista tal concepção de técnica;

ao empreender tal desconstrução da imagem “ingênua” com que achamos por bem representar os povos não-civilizados, com que os revestimos para personaliza-los segundo nossas intenções civilizadas, em relação às suas técnicas “primitivas” de exploração da natureza, o autor está retomando conceitos chaves, ou melhor perspectivas chave que constituem a imagem de antropologia baseada
com essa revisão crítica das imagens que fazemos dos índios, sobretudo esta, que implica uma imagem de técnica, o autor desconstrói a própria antropologia ao retomar diversos de seus pressupostos;

parece ser essa a (parte dela) sua intenção, num texto em que vai retomar um dos conceitos mais importantes da disciplina, a noção de natureza;
em sua abordagem da concepção de natureza implicada em nosso pensamento, o autor inicia por criticar o valor e os critérios que sustentam (ainda hoje) nossa concepção evolucionista da técnica;
situando, conforme nosso interesse, o discurso como tecnologia e não apenas como discurso da tecnologia;

a técnica antropológica
concluindo, o autor parece fazer um texto em que relativiza a técnica, elemento central da matriz evolucionista da qual a antropologia resulta, a partir de desconstruções das imagens que fazemos de nós mesmos (não-índios) a partir das imagens que fazemos dos índios;
esse desdobramento visa rever, com a técnica, a própria técnica antropológica, inserida na dinâmica referida;
desse modo a antropologia não fica de fora do campo discursivo que ela mesma critica, hábito positivista (projetar-se para fora do seu campo de referência) com o qual procura romper;
fará isso implicando-se em seu próprio campo de referência, no caso do texto estudado, nas construções do diversos selvagens da antropologia ou do xamanismo antropológico o perspectivismo;
aliás, conclui-se dizendo da intenção que atravessa o texto de desmontar o pressupostos evolucionistas que dormem nos pés do caráter de técnica que define a antropologia;


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