24 fevereiro 2007

série noturnas 2 antropologia e políticas de comunicação

ética discursiva e políticas de comunicação de povos indígenas

há um debate que tem sido protelado há séculos pela sociedade e o governo brasileiros;
só se trata dele em altos brados, gesto autoritário típico de quem não quer dar o direito de resposta ao interlocutor;
no entanto, o tema tem emplacado e não quer sair do debate, especialmente pelo viés que tem feito a cabeça dos antropólogos das novas gerações, cansados com a antropologia oficial e conservadora tradicional;
o viés simétrico traz à tona (ou de volta) o debate (e a questão) da autonomia política das sociedades indígenas brasileiras;
após algumas décadas de exercício de políticas públicas e de aberto o mercado das ongs e das assessorias que transformaram o quadro dos serviços prestados na área, antes exclusividade do governo, das missões e das universidades;
o debate da antropologia política das últimas décadas no brasil tem proposto conceitualmente a abordagem do problema por meio de uma revisão profunda ou extensa dos métodos e da função da antropologia na política de ação das sociedades indígenas brasileiras;
a questão então em voga é a da autonomia política, ou dos caminhos que levam à autonomia política dos povos indígenas sobre a gestão dos recursos de seus territórios;
pode-se parecer (de fato é) uma postura descompromissada a do governo, a de estabelecer estatuto de terra da união e não investir sequer em demarcações ou não exigir (a postura seria essa) sem tanto controle desse território, não permitindo sua exploração por parte de seus usuários, exigindo em troca a apresentação e cumprimento de um plano de gestão de recursos e exploração da área, de modo que esse processo possa ser gerido pela comunidade, com fundo próprios e assessoria custeada por sua conta;
no entanto, a postura do governo é a de aplicar uma política de exploração para os territórios indígenas bastante avessa àquela a que é submetido pelos grandes pecuaristas e pela indústria do agrobusiness monocultural;
há um sério problema, um verdadeiro abismo, para o qual não se quer olhar, e que deve ser tratado, aliás é condição da antropologia contemporânea trata-lo, que é a ética discursiva que sustenta o diálogo entre governo e sociedade brasileiras e povos indígenas;

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