07 fevereiro 2007

o que se chama idéia, no sentido em que todo o mundo sempre a tomou na história da filosofia, é um modo de pensamento que representa alguma coisa; um modo de pensamento representativo;
deleuze, aula sobre espinoza
conforme temos estudado com clastres (mas também lévi-strauss, foucault, evc), a linguagem é um instrumento principal na construção desse plano (que se reduz ao nosso o campo e as políticas dos) de pensamento em que se constitui a antropologia;
plano epistêmico: aquilo que lhe fornece condições de se constituir epistemicamente;
a linguagem, e no caso de clastres, o discurso, constituem, assim, matéria privilegiada de abordagem na produção de recortes outros de pensamento;
destravando os fechos da linguagem que dão condição para tal amansamento do pensamento selvagem, podem se criar perspectivas diversas daquelas a que estamos determinados pela força desse uso limitado da linguagem, que se mostra essencial por nos colocar em vantagem em relação aos nossos objetos;
o que se leva a perceber não é bem a importância da discursividade para a apreensão de pensamentos selvagens, e sim a sua importância enquanto pressuposto do nosso pensamento;
voltar-se para tal pressuposto discursivo, para tal posicionamento político na construção do texto, serve mesmo para nos voltarmos sobre o nosso pensamento, sobre o seu funcionamento e sua função;
essa é a função central da discursividade: não se manter obstinada e obsessivamente voltado para o outro, por não compreender o funcionamento de meus recursos lingüísticos;

o problema da linguagem a ser aprofundado tem por conflito paradigmático contraposição da linguagem para descartes e leibniz;
com esse conflito se alinha o problema da linguagem com a representação, com as concepções de representação apresentadas desde spinoza pelo menos, quando se opera uma cisão definitiva com a representação clássica;

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