17 fevereiro 2007

a nova convenção da biodiversidade 2 assim, como ficariam os princípios a convenção da biodiversidade na chave de uma contextualização discursiva que revele seus pressupostos implícitos pelo posicionamento político que implica tal discurso?
encaminha-se então esta exposição dos três princípios universais (e universalizados) da convenção da biodiversidade revisitados nesse (velho) método (genealógico) da contextualização discursiva;
são três os pontos: conservação, sustentabilidade e biopirataria;
o primeiro imperativo é conservar, o tu deves conservar ou melhor ainda conservarás, para lembrar moisés;
justifica-se pelo alto poder de destruição conquistado pelo homem para submeter os demais;
o segundo, o imperativo da sustentabilidade, é o frente a frente do modernismo ocidental que vê em sua tecnologia o seu diferenciante em relação aos povos “sem tecnologia”;
tecnologia não se dá no absoluto, ela é relativa e não pode ser tomada descontextualizada do sistema capitalista que a desenvolve e justifica;
o resultado do nosso endeusamento da tecnologia, parte do programa da modernidade, são as catástrofes que sociais e ambientais que começam a nos chamar a atenção para entendermos que não somos tão evoluídos assim, que não somos superiores ao outros povos que não criaram o mercado global, que o juízo da tecnologia não é absoluto, e sim relativo;
dessa forma, o que é tomado por grande evolução tecnológica, por servir ao mercado capitalista, pode tornar-se (como se tem tornado) um processo menos glorioso;
o não-índio precisa reconhecer a grosseria de suas técnicas de exploração da terra, movidas mais pela produção de dinheiro que pelo bem estar global, comparadas às técnicas de convívio com a natureza elaboradas pelos povos indígenas (incluem-se aqui os regimes políticos desses povos);
o terceiro, esse é o mais difícil de se trabalhar, pois trata da legalização dos contratos sobre divisão da renda (e do carma sem dúvida) gerada pelos dois primeiros tópicos;

mais que a fragmentação, a descontextualização positivista gera discursos que são verdadeiras bombas tamanho o seu perigo;
como são armas químicas, o perigo está mais nos campos em que são lançados, no caso esta bomba será lançada no meio da floresta, entre índios;
vislumbra-se de longe, no cheiro, a máquina discursiva da metafísica jesuíta que se instala aqui há cinco séculos;
e há quem (uma extensa linhagem de antropólogos) estabeleça paralelos entre a metafísica cristã e a mística indígena;
por isso, o trabalho discursivo do antropólogo se faz necessário nas interpretações e leituras que possam desativar tais textos que parecem despretenciosos, mas trazem em seus pressupostos cargas explosivas de alto calibre;

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