23 fevereiro 2007

a crítica dos pronomes
- nós!? nós quem cara pálida ...
(de minha amiga cláudia para mim,
em minha primeira aula de política na faculdade)

a tarefa constituinte e definidora do estado é produzir homogeneidade em povos heterogêneos por natureza, pela natureza da cultura;
essa é a natureza de seus dispositivos, são dispositivo que atuam na produção de subjetividades, na criação de perfis, padrões, tipos;
aqueles que se encaixam em tais padrões, colaborando para o bom desempenho da máquina, são condecorados, ganham prestígio;
os marginais são o perigo, um risco para a ordem e o bem estar social, o organismo deve afastar de si qualquer possibilidade de (o bem comum) ser colocado a prova;
a partir daqui já se começam a desenhar os personagens de nossa história (atente-se para a polissemia): o nós e o eles;

nós, eles
os processos de produção de nacionalidades, de identidades nacionais, constituíram-se (arrisque-se) n(um)a (das) maior indústria do século vinte;
a articulação estado/poder privado definiu, através do investimento nos mídia e na indústria da opinião, a maior das tecnologias do século vinte e um com o controle das comunicações;
é via comunicações, que os dispositivos da indústria de subjetividades encontram vazão para se constituírem na maior potência do capitalismo global;
quem diria onde dariam aquelas lições de catecismo...
foi o investimento nessa tecnologia que conduziu ao atual espírito globalizador criado pelo mercado mundial, essa espécie de anomalia resultante da era das multinacionais;
já que voltei ao mercado, gostaria de retomar e citar a reflexão profunda dessa semana que se encerra: o brasil entra no mercado mundial não como fornecedor de matéria prima, e sim como comprador de escravos, primeiro produto a ser importado em larga escala para a nação;

é nesse espírito bastante direcionado e objetivo que se vê nascerem, com a facha daquela ingenuidade moralizante dos meios de comunicação, o cinema industrial americano com o nascimento de uma nação;
que infeliz coincidência com o nosso tema: do filme de griffithi e seus altíssimos investimentos (para uma época em que o cinema não era levado a sério) resultaram os estúdios holliwoodianos e a nova indústria de subjetividades;
foram três milhões de espectadores no mundo todo, compondo já o primeiro circuito de distribuição que seria monopolizado e controlado como poucos mercados o foram;

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