24 janeiro 2007

rodin, danaid
hegel e a antropologia 2
hegel desferiu o primeiro golpe na metafísica, do qual ela se recuperou com as novas formas da história;
esse golpe consiste em traçar um plano de imanência para o espírito, que até então se constituía em bases estritamente transcendentes;
a história fornece esse primeiro plano de imanência, mas sua facilidade em fornecer esse plano resulta no alto preço que cobrará: a história com sua concepção de fato histórico e de verdade, tem suas bases na mesma tradição metafísica que e está buscando criticar, circunscrever, escapar, redefinir;
essa história tradicional, mantém a distinção entre o plano dos fatos e o plano do discurso histórico: é essa postura que a compromete epistemicamente, para os fins de crítica à metafísica, assim como politicamente, visto que se torna um intensificador de poder (foucault)

portanto, é assim que hegel dá o primeiro golpe na metafísica, ao fazer despencar o espírito do absoluto para a dimensão imanente do tempo (o qual se mantinha refém de uma dimensão extra-temporal ou supra-temporal), ao circunscreve-lo na esfera da temporalidade;

de individual e abstrato o espírito passa a constituir-se coletivamente e de forma concreta na história e na política;
dessa forma, o espírito passa de causa transcendente a efeito imanente;
no embalo da tradição clássica, o espírito ganha forma individual e abstrata em oposição o corpo, matéria concreta e integradora;

o caráter revolucionário dessa concepção de espírito está na passagem de sua condição de causa transcendente à condição efeito imanente;
esse espírito (coletivo) passa de causa transcendente, essencializado pelo idealismo, a efeito imanente do tempo;
o tempo como condição fundamental à constituição do espírito, ou melhor, à sua manifestação (enquanto história) diacrônica, descritível por que não homogênea ao presente, implica em sérios desdobramentos políticos;
o espírito possui em suas gêneses epistêmicas, nos sentidos de que foi revestido ao longo de seu percurso, uma dimensão moral definidora;
essa dimensão moral está associada a essa imagem idealizada do espírito como causa transcendente, seja como sabedoria, como alma, ou como indivíduo;
o espírito seria (é) privilégio dos nobres, dos sábios, daqueles que o inventaram, ou melhor, daqueles que têm o poder de reinventa-lo segundo seu tempo e os interesses desse tempo;

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