21 janeiro 2007

há antropologias e antropologias...viveiros de castro (evc) volta e meia, em seu estilo, sua escrita, chama a atenção para que o sentido não reside na palavra como instância transcendente, com dimensão interior;
que nós revestimos e investimos as palavras de sentido no circuito de comunicação, na atualização cotidiana de nossos discursos;
o sentido não constitui uma dimensão interior ou algum estrato substantivo, alguma substância como um significado idealizado;
no exercício da prática textual lidamos com especificidades próprias ao universo conceitual;
no âmbito conceitual existe uma tendência mais poderosa ainda de cristalização dos morfemas;
o caráter político da linguagem científica, sua política discursiva, opera no sentido de definir e estabelecer territórios, de cristalizar os conceitos como marcos, como referenciais fixos que compõem os discursos como regiões demarcadas, definidas, estabelecidas;
penso até que esse recorrente dispositivo metalingüístico forneça um recurso explicativo de sua antropologia, ou melhor, um recurso implicativo do estatuto lingüístico e metalingüístico, formal e estilístico, de ressonâncias narrativas e discursivas, na definição dessa antropologia e seu paradigma;

o sentido se instaura no circuito em que se veicula, ganhando consistência com os usos feitos pelo grupo que reveste de novos sentido as palavras e conceitos;
assim, no estudo do discurso de grupos de pesquisa e instituições, pode-se descortinar verdadeiras dimensões discursivas encontradas no nível vocabular, no estrato léxico da verbalidade;
esses planos discursivos podem ter sido denominados, no âmbito de certos circuitos técnicos, ideologias;

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