14 janeiro 2007

descrever uma formulação enquanto enunciado consiste em determinar qual é a posição que pode e deve ocupar todo indivíduo para ser sujeito;
foucault, arqueologia

a partir da articulação proposta pelo filme o homem invisível, de andréa veloso, de áreas de conhecimento diversas como cinema, sociologia, psicologia, política e antropologia, toma-se a discursividade como fio condutor que possibilita costurar esses temas mais diversos;
o que se chama discursividade é a construção narrativa, os recursos de linguagem que visam administrar a distribuição das vozes;
a partir da construção de subjetividades da narrativa, as vozes, no referencial verbal, ou as perspectivas, no referencial visual, são acionadas, agenciadas pela central enunciativa;
posto o fio condutor, procurar-se-á traçar o problema que tal discursividade nos proporciona;
traçar-se-á dois modelos narrativos pautados na discursividade, um marcado pela objetividade, pelo discurso direto, pela descrição, outro, pela subjetividade, pela articulação de vozes, polifonia, pelo agenciamento de enunciados diversos, descentralizados;
a amplitude deste problema ganha sua dimensão quando colocada na devida proporção/dimensão epistêmica, em que se trata de vozes coletivas, de contraposição de sistemas de saber com sua natureza política;
tal contraponto é uma imensa contribuição para uma ciência como a nossa, um modelo de produção de conhecimento com as características do saber ocidental;
possibilita redefinir uma série de pressupostos ligados a genealogia dessa ciência, tais como noções de subjetividade, padrões valorativos, princípios políticos;
tal contraponto que se funda, que busca seus princípios e pressupostos nessa genealogia epistêmica, nessa arqueologia, possui uma dimensão discursiva que resulta na definição narrativa dos modelos;
tal definição se caracteriza de procedimentos narrativos de distribuição discursiva que se articulam constituindo uma linguagem com propriedades específicas;

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