14 janeiro 2007


alguns princípios discursivos
os discursos constituem uma rede, uma teia, um tecido de materialidade e natureza próprias, não se caracterizam por seu caráter representativo, de relação descritiva que coloca em relação palavras e coisas;
os discursos se caracterizam como práticas que formam sistematicamente os objetos de que falam (p.56);
rompe-se, portanto, com uma dinâmica da identidade de um mundo em si, da concepção da linguagem como espelho do mundo, como campo refratário onde se pode projetar a realidade como forma da verdade evidente;
o que caracteriza o discurso em sua autonomia criadora, constituinte é o princípio da relação opositiva, concepção tão cara à lingüística e sua definição de linguagem;
para a lingüística, o signo é arbitrário e a língua é forma, um sistema que se define pela oposição, em que um signo só tem sentido por sua oposição em relação aos demais;
lembre-se que a lingüística se torna referência a uma série de campos de conhecimento por sua definição de linguagem como sistema de oposições, como sistema de natureza estritamente formal;
que a língua é forma é a definição fundamental do manual saussureano;
segundo a arqueologia, portanto: o objeto não preexiste a si mesmo, retido por algum obstáculo perceptivo, mas existe sob as condições positivas de um feixe complexo de relações (p.51);
assim, tem-se o contraponto de tais disposições discursivas: uma caracterizada pela representatividade, pela identidade palavra/coisa, e a outra que se caracteriza por uma alteridade entre tais dimensões, por sua problematização;
não mais a identidade entre palavra e mundo, o discurso passa a consistir no espaço das relações textuais que constitui objetos, no qual se erige um regime dos objetos;

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