03 dezembro 2006

gilvan muler oliveira, ipol;

o conhecimento perspectivo: suas condições não o influenciam, constituem-no;
dissolve-se a possibilidade de ideologias (programa de hugo chavez), pois só há ideologia (rede globo);
redefine-se a concepção do saber, de pensamento como algo que possui interioridade, o pensamento passa a ser pura superfície;
o conhecimento deixa de parecer um grande acordo, deixa de pautar-se no consenso, na verdade científica, para se pensado numa dinâmica do conflito, bastante trabalhada nas aulas de epistemologia;
ao deixar de pautar-se pelo consenso da experiência empírica do laboratório na construção da verdade, saímos do esquadro da concepção humanista e iluminista de um conhecimento universal que seria a base do progresso humano via furor pedagogicus;
o conhecimento é aqui um campo antropológico: a tensão de diferentes saberes que entram em conflito em um campo de batalha, situado num território que deve ser justamente o objeto da disputa;
a partir das condições fornecidas e criadas nesse território, das estratégias utilizadas, das máquinas de guerra compostas por cada um desses sistemas, é que se constituirá um saber;
o saber, ou a cultura, revestem-se e são investidos de um caráter político que não se limita a ficar a parte do pensamento positivista, racionalista e empirista, que caracteriza o modelo de ciência ocidental;
tal natureza política do conhecimento é mesmo responsável pelo desmoronamento das estruturas que sustentam tal pensamento científico;
se me perguntas: qual o passo dado depois disso, após essa concepção nietzchiana do saber, pela antropologia simétrica;
respondo de pronto: que é daqui o ponto de partida dessa antropologia, e que ela não faz mais que sistematizar, aplicar, colocar em prática e medir as conseqüências desse velho e visionário projeto;
em relação ao discurso e ao sujeito que constituem as demais dimensões desse panorama, vejo que elas se articulam nos escritos de nietzsche;

Visitor Map
Create your own visitor map!