20 novembro 2006

se investimos sobre o(s) modelo(s) de produção de conhecimento temos momentos cruciais, que definem a matriz que configura o modelo ocidental de produção de verdade;
os gregos, os padres, descartes, as luzes, e, finalmente, o positivismo;

o ideal de ciência objetiva, neutra e imparcial, importada do empirismo liberal e, sobretudo, do evolucionismo biológico, é desmontado pelo condicionamento histórico e social do conhecimento;
no entanto, a critica marxista encontra seus limites ao manter-se circunscrita ao modelo epistêmico de seu contexto, não propondo-lhe uma crítica radical que só poderia caber num outro modelo metodológico, numa outra imagem do conhecimento;
essa outra imagem do conhecimento depende na apenas da definição da natureza política do conhecimento, ela requer uma desmontagem dessa máquina e um estudo de suas peças e engrenagens;
o discurso será uma dessas engrenagens que resultam da articulação de um conjunto de peças;
o discurso contribui nessa dupla construção em que consiste o conhecimento, construção de saber e construção de sujeito;
o sujeito do conhecimento resulta nesse duplo produto, dessa articulação entre a produção de um modelo de produção de verdades científicas, uma imagem do conhecimento, e a imagem do homem, a produção de subjetividades conforme se exige em cada período, conforme cada conjunto de relações de poder;

a partir dessa dicotomia encontrada em textos de viveiros de castro (2002), viveiros de castro e seeger (1979), levi-strauss (história e etnologia), pode-se propor a análise de uma ruptura da qual resultam duas imagens do conhecimento;
o objetivo é definir como se constituíram as propostas de elaboração de uma antropologia política;
por um lado, tem-se a escola inglesa da tradição de radcliffe-browm, leach e outros autores que partem da análise dos contextos político das sociedades primitivas;
sua abordagem é objetiva e seu objeto definido como as formas de organização política das sociedades primitivas;
ainda que suas análises tomem como parâmetro de comparação as formas de organização ocidental, ainda o modelo de política ocidental forneça todo o tempo a referência nas análises desses autores, não há em qualquer momento, por parte dessa metodologia, desses autores, a volta sobre o caráter político do instrumental que utilizam ou, sequer, de elementos que constituam esse instrumental;


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