09 novembro 2006

A estrada do Pacífico

O projeto de Integração Regional Sulamericana está centrado na chamada Estrada do Pacífico – pelos brasileiros – ou Interoceânica – pelos Peruanos. O projeto empreenderá transformações estruturais para os diversos países sulamericanos da região.

Do Acre ao Pacífico são pouco mais de 1700 kilômetros. A estrada ligará o Acre aos portos de San Juan de Marcona, Matarani e Ilo.

O projeto que se inicia com a infra-estrutura do sistema de transportes tem em vista uma redefinição dos quadros comerciais, com importações e exportações, e turísticos do continente.
O comércio exterior na região é o interesse imediato que deve justificar os milhões de dólares investidos no projeto. As transações não devem ser surpreendentes. Pelo contrário, são óbvias.
O que deverá sair são os nossos velhos conhecidos produtos primários: madeira e soja. O que deverá ser importado são os eletro-eletrônicos.

A conexão turística Peru-Brasil deverá encaminhar para o Acre parte do fluxo de turistas de todas as partes do mundo que visitam Machu Pichu.
Viajando pela estrada, tem-se a impressão de que a preservação se deve ao pouco desenvolvimento da região. Da fronteira Brasil-Peru, Assis Brasil-Iñapari, a Porto Maldonado a estrada de terra é ocupada por uma ou outra cidadela.
A rota do Pacífico

O eixo conectado pela estrada é composto por diversos patrimônios naturais. A biodiversidade é atração turística visada.

As riquezas antropológicas
Formas particulares de expressão que povos

O tráfego constante de pessoas também é parte da vida dos peruanos da província de Madredeus.

O caráter antropológico do filme consiste no jogo de olhares com que visa identificar a visão de mundo, o tempo, as expressões culturais das pessoas encontradas. Esse encontro de pessoas ilustra a dinâmica das perspectivas.
Capturar o canto de cisne dessa região inexplorada, prestes a ser modificado.

A ponta de um olhar trágico sobre o desenvolvimento irreversível do capitalismo que avança sobre culturas já tão calejadas pela colonização infindável, sobretudo sobre uma floresta ainda inexplorada.

Registrar a riqueza de regiões isoladas que se desenvolveram como flores raras. Em tempos de homogeneização global

A riqueza antropológica dessa região resulta na perspectiva, nas formas particulares de expressão desses povos.
A potência dos rios que descem da cordilheira e constituem a cultura material desses povos marcam o ritmo da vida, seu tempo, seus gestos.
Captar o tempo desses atores é a proposta antropológica do filme. Fazer desse tempo objeto de linguagem, procurar extrair daí o elemento estético que há de imprimir na película a experiência dessas pessoas.

Propor essa viagem num produto que resulte de um exercício de linguagem cinematográfica. Um estudo de cinema autoral que não se reduz à embalagem dos produtos veiculados.

Visitor Map
Create your own visitor map!