21 setembro 2006


a constituição do sistema de agricultura convencional remonta às descobertas no campo da química, no final do século dezenove;
esse modelo de agricultura projetado pelos laboratórios estabeleceu o paradigma de pesquisas em agricultura hoje hegemônico nos países do circuito capitalista globalizado (agronegócios, hipermercados, distribuidoras etc), marcado por uma relação produtor-consumidor impessoal e distante;
as descobertas no campo dos fertilizantes artificiais revolucionaram os setores produtivos industriais e agrícolas;
associados aos agrotóxicos, os fertilizantes sintéticos, redefiniram esse setor produtivo ao encontrarem na associação entre órgãos governamentais e empresas produtoras desses insumos, os grandes investidores para as experiências de grandes produtores;
entre os grandes incentivadores e modeladores desse modelo hoje hegemônico de produção agrícola estão: Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a United States Agency for International Development (USAID - Agência Norte Americana para o Desenvolvimento Internacional), a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação(FÃO), dentre outras;
com um incentivo institucional internacional tão poderoso, logo essa estrutura alçou-se à paradigma ao ser acompanhada e ganhar impulso com sistemas de crédito rural subsidiado, bem como uma estrutura de ensino, pesquisa e extensão gestada por tal modelo;
a partir da segunda metade do século vinte esse modelo encontra suas primeiras críticas; inicia-se um processo de articulação que logo ganha proporções globais no sentido de criticar tal sistema e sua hegemonia incontestada até então;
o discurso que se ergue para criticar esse modelo caracteriza-se por suas características ecológicas;
no entanto, o alcance político do paradigma hegemônico caracteriza rapidamente como político o discurso ambientalista;
a agricultura convencional, o agronegócio, tem extensões por diversos setores do sociedade;
o discurso crítico do ambientalismo encontra na própria inversão dos princípios da agricultura convencional seu arsenal de ataque;
após a crítica malthusianista da escassez dos recursos em relação ao contingente populacional, a crítica que chama a atenção é aquela de que lança mão paschoal (1979);
o argumento do autor é o de que o aumento do uso de agrotóxicos aumenta igualmente a resistência e a variedade de pragas;
desde as últimas décadas, o problema tem sido colocado em termos de paradigma, articulando política, ciência, economia, pensamento;
os processos de certificação promovem um passo na direção de uma definição cada maior desse processo de produção que começa a se definir com paradigma;
o processo de certificação começa a definir o aspecto de integração desse processo de produção;
se por um lado tal processo abre precedentes para a entrada dos produtos orgânicos no grande mercado ou no mercado de exportação, por outro ele encaminha um processo de integração entre produção e comercialização;
no acre, é interessante notar a projeção que ganham os grupos de agricultores orgânicos no campo das pesquisas com sistemas agroflorestais;a experiência que esses grupos já acumulam faz deles grupos precursores nesse campo de pesquisa;

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