12 setembro 2006

...escrever sobre escrever é o futuro do escrever...
galáxias, campos

pensar o pensamento, operar a genealogia da imagem do conhecimento que pensa tudo sem poder ser, da mesma forma, pensado;
não seria possível uma história do conhecimento enquanto história da ciência, a própria história foi criada nesse universo e obedece suas regras, não possui a lente tão transparente quando olhada do outro lado;
a genealogia pretende circunscrever esse plano absoluto criado para a história pela religião, essa plataforma narrativa em que o narrador instala o leitor;
analisar seu funcionamento, mais que seu sentido – característica da genealogia, num primeiro momento para as instituições como moral, religião, direito e seu erigir positivo, num segundo momento já para o próprio enunciado numa articulação saber/poder – é nisso que se investe;
desse movimento resulta a antropologia enquanto virada epistêmica, na releitura nietzschiana da parte maldita por mauss, com sua dobra metodológica e a sua abertura da dimensão discursiva à etnologia via teoria nativa, e todos os desdobramentos metateóricos do estruturalismo levi-straussiano;
dessa forma, a primeira ruptura proposta pela genealogia é essa, alinhar num mesmo plano, enunciação e enunciado, quebrando a estrutura narrativa tradicional, a imagem do pensamento objetivo cultuada pela doutrina positiva;
a narrativa se define como narrativa e, só assim, pode assumir-se narrativa, liberando assim o devir;
a enunciação se constitui parte do enunciado, a forma se constitui parte do conteúdo, só assim o enunciado pode confundir-se com a instância enunciativa, o conteúdo refletir-se na forma (função poética);
a imagem do conhecimento objetivo depende de uma formalização própria, não é todo o conhecimento;
o problema é que é próprio a essa imagem do conhecimento definir-se como universal, isolar o que vai além de seus limites, definir seus limites como o próprio limite, gênese e apocalipse;
ela mesma não cabe em si em suas experiências poéticas, míticas;
recriar a imagem do conhecimento depende de experiências, visto que a imagem do conhecimento objetivo foi constituída sob o isolamento entre pensamento e ação, a gênese representativa, metafísica, transcendente;

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