12 agosto 2006


a produção de conhecimento entre os indígenas do acre

o objetivo do projeto é a definição de um marco conceitual visando a definição de produção de conhecimento;
o método é procurar construir um percurso no qual se definam e articulem concepções de produção de conhecimento;
desde de o que os antigos entendem por produção de conhecimento, passando pelo instrumental fornecido pelo projeto de autoria, chegando ao que se entende hoje por autoria e ao que se pratica hoje como para além da autoria ou autoria redefinida;

o projeto de autoria tem como campo de abrangência a escola indígena e a construção do material didático específico para uso em sala de aula;
para a construção desse material, os professores indígenas tinham necessidade de organizar o conhecimento dos antigos, visto que se definiu o enfoque da educação indígena sobre o conhecimento tradicional;
para a realização dessa organização, dessa sistematização de conhecimento, esses professores foram instrumentalizados de procedimentos de pesquisa antropológica;
os próprios professores se tornaram os pesquisadores, coletores, antropólogos de suas culturas;
com esse instrumental os professores deram início às pesquisas e, em pouco tempo, já tinham um vasto material sistematizado nos mais variados campos do saber tradicional, dando fruto a uma diversidade de publicações;
já nesse primeiro momento, as publicações escritas traziam a forte marca da identidade visual elaborada pelos professores indígenas em seus processos de formação;
o verbal tem uma significativa articulação com o a linguagem visual dos desenhos constituindo a forte identidade do material que se tornou a assinatura dos trabalhos a opiac e a cpi-acre;

da escrita e depois
ao longo dos anos noventa os professores vão conhecendo novas possibilidades de pesquisa; a internet desponta como instrumento de trabalho acessível, as organizações se fortalecem, a opiac é constituída, o projeto vídeo nas aldeias chega ao acre, a cpi reformula seus métodos de trabalho, surgem os agentes florestais indígenas, o governo se torna governo da floresta;
daqui, dois processos nos serão fundamentais: o desdobramento e ampliação dos processos de produção de conhecimento, desdobrando-se nos vídeos produzidos como material didático (agentes florestais indígenas) para além dos livros;
o outro processo que terá importância capital para este projeto, por sua proposta de trabalho, é o potencial comunicativo e político que se descobriu com a internet;
descobriu-se na internet uma nova comunidade, uma nova mídia; essa mídia tem garantido ao ashaninka o direito à voz num circuito de comunicação mundial;
a partir dessa descoberta, passou-se à constituição de uma rede de interlocutores, possíveis parceiros para projetos, utilização de outras mídia;

como coordenar as possibilidades formais dessas mídia com a educação, a organização política ashaninka, a produção de conhecimento e o projeto aqui proposto;
tais processos de produção de conhecimento serão objeto de reflexão e de proposta de trabalho por parte deste projeto; o formato, a linguagem dessas mídias deverá ser integrada neste projeto, que possui marcante dimensão metalingüística devido ao seu referencial teórico;
ambos os trabalhos devem resultar num projeto coordenado de ação específica: primeiro um vídeo sobre a produção videográfica como processo de produção de conhecimento, de escrita, de linguagem; pode ser enfocado o meio de produção de material didático audiovisual;
segundo, um agenciamento virtual que vise a articulação de informações sobre povos indígenas, pesquisando o material e o canais já existentes; daqui pode resultar uma nova forma de pensar o espaço antropológico, de fazer etnografia, etnologia, de pensar a socialidade tribal, comunitária;
para tanto há que se pensar esse processo de troca entre processos de produção de conhecimento, organização social e a constituição da imagem de si construída e reconstruída pelo grupo;

estamos propondo um debate que visa o levantamento de possibilidades de propostas de trabalho; projetar a educação nesse processo constituído ao longo dos últimos anos, projetando os jovens e suas possibilidades na articulação junto a esses mídia; a escola imaginada em sua dinâmica traz possibilidades que não se concebe na observação interna à sala de aula;

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