04 julho 2006



realismo e antropologia I

reduzir a arte narrativa em antropologia a um realismo, ou a um pseudo-realismo, ou, pior ainda, tornar-se defensor de procedimentos narrativos que estejam restritos à descrição realista dos fatos, equivale a suprimir um esforço de abertura que a disciplina vem galgando com dificuldade e pioneirismo metodológico na aridez das ciências humanas de sua época;
apreender a antropologia exige um mínimo domínio dos procedimentos narrativos pois, a partir da crítica ao eurocentrismo nela empreendida, o texto etnológico passa a voltar-se à sua forma, a conduzir o problema para sua construção narrativa;
como narrar, como construir esse universo outro, que procedimentos me permitem romper com a narrativa clássica, com a composição de mundo clássica;
definitivamente as artes conduziram todo o processo de experimentação com a perspectiva clássica sobre o universo; ainda que o referencial a princípio, tenha sido também etnocêntrico, a experiência da representação precedeu há muito os problemas ainda hoje colocados por nós;
é patente nossa dificuldade de romper a malha do modelo da representação no qual estamos imersos por nossa política, nossa educação, nossa afetividade, nossa religiosidade, enfim, toda a matrix que constitui nossa epistéme, nosso campo de produção e percepção de conhecimento;


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