
otelo:724
de fato, a cada passo que se dá, a hipótese se confirma: nosso mestre realista propõe, recorte por recorte, abolir qualquer resíduo de representação de sua obra;
as palavras aqui, longe da estaticidade representativa, vão tomando movimento e conduzem devires: hipótese inicial: a vida é uma ópera;
apesar da cilada representativa que se esconde na figura, entende-se o caráter construtivo da imagem: o tempo todo, no uso e abuso das aparências, os personagens vão compondo realidades;
josé dias tem por especialidade e por papel social a figura do homem que vive de aparências, assumindo inclusive a personalidade daqueles que o abrigam como agregado;
as palavras conduzem processos, desatam acontecimentos, criam situações;
viu-se como o romance se abre da inocência de bentinho para a aventura amorosa com capitu a partir dos comentários de josé dias;
são os comentários em público que o fazem perceber o amor, ou que criam em si a possibilidade de uma aventura amorosa que já vinha sendo vivida por capitu;
a palavra tem poder criador: no muro, capitu escreve as palavras; a partir daí, das silenciosas palavras no muro, o amor se revela;
as palavras criam impressões, não definem verdades, não descrevem fatos, não relatam;
as palavras sugerem impressões, tangenciam sentidos, flagram passagens, imaginam percepções; o material que constitui essa narrativa é a leveza das impressões, sonhos, percepções;
essa narrativa prolifera os atratores, os campos de força que fazem, das impressões, emergirem desenhos, experiências, impressões;
a instância narrativa é marcada, o narrador se faz presente em toda a narrativa; todo acontecimento tem sua presença, faz questão de não ocultar-se na narrativa, de manter-se presente;
são sonhos, loucuras, confissões inconfessáveis que constituem a narrativa; bentinho não se perde nos fatos, em sua descrição, em sua objetividade; antes acredita que mais valem os sentidos que perpassam a narrativa, a sinuosidade significativa percorrida pela memória, quase que recriando o vivido;
as palavras aqui, longe da estaticidade representativa, vão tomando movimento e conduzem devires: hipótese inicial: a vida é uma ópera;
apesar da cilada representativa que se esconde na figura, entende-se o caráter construtivo da imagem: o tempo todo, no uso e abuso das aparências, os personagens vão compondo realidades;
josé dias tem por especialidade e por papel social a figura do homem que vive de aparências, assumindo inclusive a personalidade daqueles que o abrigam como agregado;
as palavras conduzem processos, desatam acontecimentos, criam situações;
viu-se como o romance se abre da inocência de bentinho para a aventura amorosa com capitu a partir dos comentários de josé dias;
são os comentários em público que o fazem perceber o amor, ou que criam em si a possibilidade de uma aventura amorosa que já vinha sendo vivida por capitu;
a palavra tem poder criador: no muro, capitu escreve as palavras; a partir daí, das silenciosas palavras no muro, o amor se revela;
as palavras criam impressões, não definem verdades, não descrevem fatos, não relatam;
as palavras sugerem impressões, tangenciam sentidos, flagram passagens, imaginam percepções; o material que constitui essa narrativa é a leveza das impressões, sonhos, percepções;
essa narrativa prolifera os atratores, os campos de força que fazem, das impressões, emergirem desenhos, experiências, impressões;
a instância narrativa é marcada, o narrador se faz presente em toda a narrativa; todo acontecimento tem sua presença, faz questão de não ocultar-se na narrativa, de manter-se presente;
são sonhos, loucuras, confissões inconfessáveis que constituem a narrativa; bentinho não se perde nos fatos, em sua descrição, em sua objetividade; antes acredita que mais valem os sentidos que perpassam a narrativa, a sinuosidade significativa percorrida pela memória, quase que recriando o vivido;
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