05 junho 2006


o que nós fazemos nunca é compreendido, mas somente louvado ou condenado (a gaia ciência);

sei isso muitas vezes,
mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
dobrada à moda do porto fria?
não é prato que se possa comer frio,
mas trouxeram-mo frio;
não me queixei, mas estava frio,
nunca se pode comer frio, mas veio frio;
(ficções do interlúdio)

come chocolates, pequena:
come chocolates!
olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates;
olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria;
come, pequena suja, come!
pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estânho,
deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida;
(ficções do interlúdio)

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