29 junho 2006

o discurso da representação afirma o dado, não se volta para seu processo de produção: enquanto se afirma se produz; todo nosso discurso político ergue-se sobre a matriz da representação;
a partir do séc XIX, começa-se a dar conta e operar cada vez mais correntemente com os simulacros; a comunicação projeta-se como a grande instância de controle liberal, ela mantém uma relação distinta com a s demais instituições em relação ao estado;
o discurso político que sustenta as demais tribunas do estado e das elites, tribunas da sociedade, também serve aqui: segundo a matriz da representação a imprensa deve apresentar os fatos;
o sujeito criado pelas instituições públicas encontra na imprensa seu processo de democratização; a imprensa, ao longo do séc. XX, ergue o império da representação no interior do qual fabricará sujeitos em massa; finda a era do artesanal;
com o poder afirmado pela imprensa na construção de realidades entra-se, enfim, na era do puro simulacro; a discurso político tem agora como referência a imprensa e seu funcionamento; os fatos são criados cada vez mais rapidamente, sucedem-se uns aos outros, se tornam descartáveis, como os sujeitos produzidos em massa, em excedente;
e, ainda assim, sob a lógica cínica do país dos ladrões, sustenta-se ainda a distinção entre fatos e produtos; não nos assumimos como produtos, pois isso seria operar com a matriz antropológica que nos forma, nossa herança metafisica;
adaptamos toda nossa realidade - simulacros, híbridos, redes - à parlenda providencial que herdamos do medievalismo jesuíta;

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