26 junho 2006


machado de assis
posso considerar machado meu primeiro mentor espiritual; a leitura de brás cubas aos quinze anos, meados de 1992, é um marco que definiria toda minha posterior trajetória; depois veio a poesia e o cinema no ano seguinte;
seu tráfego entre a brutalidade do mundo e o universo interior de seu narrador, trouxe-me pela primeira vez a experiência do uma vida;
a narrativa sagaz do autor, sua agilidade, conquistou minha percepção; lembro que por vezes, no escuro da primeira manhã, matava aula para saborear a leitura daquelas curtas passagens intimistas;
sua narrativa caleidoscópica e cinematográfica nos rende os sentidos, fazendo-nos sentir o gosto de uma narrativa;
essa característica fragmentar de sua obra, narrada em breves esboços parece uma conquista da narrativa;
em ruptura com a narrativa do séc. XIX, descritiva, jornalística, compacta, essa narrativa ágil e impressionista tem por técnica os efeitos de sentido que a vontade de verdade de outrora;


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