23 junho 2006

examen

foucault, definindo a disciplina, traça o plano em que se ativa o discurso das ciências humanas, discurso do indivíduo, do sujeito;
as disciplinas nascem como um sistema de vigília e punição, equipado com um sistema de registro; essa sociometria insípida ensaia o primeiro discurso da individuologia ou sujeitologia;
como afirma foucault, o discurso das ciências humanas se gesta na sombra, em meios aos arquivos empoeirados dos orfanatos, hospitais e tribunais do século XIX;
esse sistema de registro e controle de informações é denominado exame, é o fator saber do complexo saber poder que está sendo estudado;
o exame cria um universo de sistemas de informação, é a instância onde o mundo está representado nas informações;
produzir informações é a tarefa do exame, desses instrumentos que servem aos acúmulos de informações, aos sistemas de informações;
os resíduos ainda se fazem presentes em nossos currículos com nossas aulas de estatística, nosso olhar sociológico sobre as sociedades;
dessa forma, o discurso das ciências humanas se constitui com tarefa política clara e definida;
o exame, esse instrumento político marca a natureza das ciências humanas por estar encravado em seu meio, em sua forma de expressão;
nossas pesquisas estão caracterizadas em sua gênese por esse circuito pré-estabelecido de circulação de informações; que dirá então dos procedimentos de pesquisa que herdamos;
buscar definir os enviesamentos que marcam nossas práticas de pesquisa para possíveis críticas é uma tarefa da antropologia do conhecimento;


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