19 maio 2006





os corpos dóceis
a educação e seu modelo militar, reprodutor das técnicas de disciplinarização como controle de prisioneiros é o tema do primeiro tópico de disciplina, terceira parte de vigiar e punir;
as pesquisas realizadas sobre os suplícios, material que serviu aos nossos estudos anteriores, é o ponto de partida para a entrada no universo das disciplinas;
aqui, todo o arsenal desenvolvido anteriormente, inclusive uma ciência das torturas como gênese dos estudos de fisiologia, prepara o laboratório e as cobaias que serão estudadas nos processos de disciplinarização;
todo indivíduo é tratado como um marginal a ser corrigido; o olhar sobre o aluno é um olhar do reformador; a educação tem seu modelo nos reformatórios para deliqüentes;
a transgressão e o não saber legitimam um discurso que lembra o discurso do religioso sobre o pecador, discurso que lhe intensifica o poder sobre o outro;
desejar e não saber ainda tem resquícios do pecado; essa aprendizagem se assemelha a um processo de purificação, de limpeza, de correção; não saber insere-se num obscuro universo de negatividade, um inferno que vem sendo pintado há muito pelo discurso moralista do padre-psicólogo-professor;
sua autoridade perante a sociedade depende dessa imagem negativa do aluno-delinqüente que povoa nosso universo, que projeta velhos discursos jesuíticos e de reformadores morais sobre os estudantes;

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