11 maio 2006


inicia-se a partir de nossas últimas conclusões sobre a especificidade da antropologia, um levantamento de recursos técnicos estritamente textuais que embasariam uma sistematização da antropologia articulada a uma série de linguagens: da verbal à corporal, da linguagem visual à audiovisual, dos mass mídia à busca de uma linguagem via web;
aqui a noção de agenciamento é central; o agenciamento foi descrito com precisão no pensamento deleuzeano, em seu viés antropológico; agenciar associa-se à prática antropológica de apropriar-se de perspectivas alheias;
tal recurso tem uma longa história e muitas metamorfoses no curso de nossa literatura ocidental: do coro grego aos monólogos teatrais, do narrador onisciente ao personagem passando pelo testemunha, do romance realista à crise épica do teatro modernista que conduz ao discurso indireto livre, linguagem mais próxima do delírio do puro-devir; no âmbito cinematográfico a narrativa necessita buscar seus próprios recursos, distintos do teatro e da literatura;
a música, estreitamente ligada à mitologia ou narrativa oral, possui recursos próprios e parece ser a linguagem mais rica em termos de agenciamento; já se fez exaustiva análise de como tais recursos são explicitados e utilizados pelos autores que conduzem nossa bibliografia: eduardo viveiros de castro e pierre clastres;
é o momento agora de explorar esse universo da técnica narrativa nos diversos códigos, nas diversas linguagens; é a partir daí que se poderá transpor para a prática textual o resultado de nossas explorações;
uma das experiências iniciais desse trabalho é a composição da enciclopédia de arte acreana; é um trabalho de composição coletiva que buscará constituir um cenário corrente e provisório da arte acreana; cada verbete terá um autor e dará conta de artistas, grupos e escolas de arte de rio branco inicialmente; a busca será a de uma linguagem própria via web;

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