04 abril 2006


o sujeito se reconfigura então com a percepção de que sua imagem havia sido constituída pelo conteúdo, sendo a forma desse homem um pressuposto universal não problematizado, tomado convenientemente de acordo com os processos de constituição (dispositivos);
não se questionara (até Nietzsche) como se forma a nossa concepção de homem, como se constrói a idéia de subjetividade, como ela é construída socialmente (o que ainda não é o problema de seus dispositivos de elaboração
[1]);
não se questionara, inclusive, por que não se questionara esse processo, que se tinha atado à constituição do homem em torno de seu conteúdo (moral);
Nietzsche, na genealogia da moral, coloca a questão da inerência da forma ao conteúdo;
a antropologia surge/toma para si como campo esses processos formais de confecção de subjetividades;

imagem do homem:imagem do saber

romper com o método histórico é romper com a tradição metafísica (transcendente); tal tradição e tal método remetem os problemas formais ao inconsciente, ou melhor, apropriam-se da forma enquanto pressuposto: o problema do etnocentrismo
[2];
o problema do etnocentrismo repercute imediatamente nas considerações sobre os saberes (ciência) e na abordagem dos processos de produção de saberes (e verdades);
a imagem do homem e a imagem da ciência devem ser redefinidas metodologicamente: homem e saber não se identificam “em si”, e sim, na relação com “outros” “homens” e “outros” “saberes”;
[1] os dispositivos de elaboração de subjetividades, apesar de não se confundirem com essa imagem universal do homem, tem nela uma função central; é essa concepção etnocêntrica de homem que sustenta tais processos de constituição de subjetividades, dos quais se destaca os procedimentos de produção de saberes;

[2] sustentar a polarização natureza/cultura não seria manter-se atado à tradição metafísica, ainda que pelo conceito de inconsciente, e assim, sustentar ainda o método histórico?

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