06 dezembro 2005

umantropologia

Se vocês me perguntassem o que estudo eu, responderia de chofre: estudo antropologia, ou seja, aquilo que as pessoas sabem/fazem e não sabem que sabem/fazem. E vocês revidariam: e pra quê se estuda isso? E eu: bom, entre as coisas que sabemos/fazemos e não sabemos que sabemos/fazemos existem dois tipos de coisas.
As primeiras são as coisas que sabemos/fazemos e são boas para nós. É importante conhecermos essas para aperfeiçoá-las.
As segundas, vocês devem imaginar, são aquelas coisas que sabemos/fazemos e não são boas para nós. A importância de conhecermos como nós próprios nos prejudicamos está em podermos neutralizar tais impulsos prejudiciais a nós mesmos.
E vocês poderiam me questionar: mas essa sua antropologia está parecendo religião com essa história de certo e errado. E eu: é justo, principalmente se ao tomarmos consciência de tais forças, as primeiras e as segundas, temos por hábito identificar as segundas como provenientes de forças externas a nós próprios que teriam interesse em nossa alienação: o mal, que poderia ter outros nomes tais como o capitalismo, o sistema, a repressão, a igreja etc.
O que se quer aqui não é radicalizar dizendo que tais forças não existem. O que gostaria é de relativizar tal discurso negativista ou crítico, propondo que existe uma contraparte, um princípio da servidão voluntária que atua como força interativa.

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