12 setembro 2005

Para que se dê o processo de diluição da forma aciona-se o devir. A diluição da forma é processo de devir do criador de formas. A matéria é a palavra-chave para abrir a cápsula produtora de formas. Essa operação de identificação criador-mundo é captada por um narcisismo cósmico. Ao invés da identificação fascinante proporcionada pela representação, pela imaginação formal, opera-se a diluição no cosmos, ponto de partida para o devir da imaginação material. O ser se volta a sua fonte jorradora de reais e se estilhaça. Quando busca fixar a impressão sobre si entra num processo de abertura ao infinito. Esse processo não pode se definir enquanto objeto, só se objeta enquanto processo. Desloca-se assim da busca da definição de objetos para o movediço campo da produção de objetos, de atos. Estilhaçar-se é o processo de desfiguração proporcionado pelo exercício da polifonia literária ou pelo devir filosófico. O agenciamento é o processo de operar com esses enfoques materiais, esses devires. Os intercessores são esses devires que vão se definindo. Nosso objetivo é estabelecer a partir desse processo as condições para o plano de imanência. Neste plano, o que se processa é o próprio coletivo criador. O indivíduo ao obliterar-se cria a condição de possibilidade de tais coletivos criadores. Mesmo o sujeito é constituição de um devir, à diferença que esse devir busca manter sua homogeneidade.

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